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Boletim Epidemiológico - Ocupação e Suicídio no Brasil, 2007-2015
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O suicídio representa o sofrimento extremo, o limite do suportável, a impossibilidade de viver com a dor, ou se constitui parte de uma psicose ou déficit cognitivo grave. Repercute emocionalmente na família, entre colegas de trabalho e de escola, podendo até mesmo desencadear outros casos. Dentre as mortes do grupo das causas externas, relacionadas à violência, o suicídio é a 2ª causa mais comum no mundo, e a 3ª no Brasil. Como prevalece em jovens, é importante perda de anos de vida potencial, tratando-se, portanto, de um problema de saúde que produz impacto significativo na sociedade. Os transtornos mentais, particularmente a depressão e a dependência ao álcool e drogas, são as causas diretas mais comuns do suicídio, além de doenças degenerativas e estados terminais. Essas condições, juntamente com situações de vulnerabilidade, como a desproteção social, a desassistência jurídica, barreiras no acesso ao cuidado à saúde, ou experiências crônicas de violência institucional, doméstica ou na vizinhança, podem aumentar o risco de suicídio. São também fatores de risco, perdas afetivas, a solidão indesejada, dificuldades de tratar conflitos interpessoais, familiares, problemas financeiros ou legais, que podem se constituir em agravantes ou desencadeantes, de modo isolado ou em interação para a ocorrência do suicídio3,4,5 . A perda do emprego, o desemprego prolongado, levam ao desalento, à depressão e outros transtornos e assim ao suicídio.
Além disso, condições de trabalho e emprego específicas, como psicoestressores ocupacionais, violência e assédio, ou mesmo o contato com substâncias químicas que produzem alterações endócrinas no funcionamento neuroquímico, podem também desencadear transtornos mentais ou neurológicos e, consequentemente, levar ao suicídio. 3,4 . Neste Boletim, apresentamos uma análise epidemiológica do suicídio no Brasil, por ocupação, entre 2007 e 2015, para as pessoas de 15 a 64 anos de idade, entre as quais predominam trabalhadores. Nossa intenção é verificar se houve diferenças da mortalidade por suicídio entre grupos ocupacionais, sugestivas da participação de fatores laborais na sua determinação.
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