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Sindicato na BA denuncia morte de petroleiro por benzeno e faz protesto
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Ação acontece em frente à Refinaria Landulpho Alves, na região metropolitana. Sindicato diz que trabalhadores da Petrobras continuam sendo expostos.
Cerca de 300 funcionários da Petrobras realizam na manhã desta sexta-feira (19) um protesto em frente à Refinaria Landulpho Alves, que fica situada na cidade de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador. Segundo Deyvid Bacelar, diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), o movimento é contra a morte de um trabalhador da empresa, que teria morrido na quinta-feira (19) devido a exposição a benzeno enquanto trabalhava.
“Infelizmente uma morte anunciada ocorreu. Um companheiro nosso, que era operador da unidade, falece por conta da exposição ao benzeno. Ele estava internado desde dezembro do ano passado. Ele chegou a fazer um transplante de medula, mas não resistiu”, afirma Bacelar.
Segundo o diretor do sindicato, os trabalhadores impedem a entrada de funcionários na unidade. “Outros operadores que têm que coletar amostra continuam se expondo. Estamos impedindo a entrada na refinaria. Ônibus de trabalhadores estão retornando para casa. Estamos falando que é um dia de luto e poucas pessoas estão ficando”, diz. A Polícia Rodoviária Estadual informou que os trabalhadores não fecharam as vias de acesso a unidade.
O G1 entrou em contato com a Petrobras, que informou que irá se pronunciar sobre o assunto até o final desta sexta-feira.
Problema recorrente
No dia 14 de julho o Sindipetro-BA denunciou o vazamento de benzeno na Refinaria Landulpho Alves. O Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat) confirmou o vazamento no dia 17. Segundo Alexandre Jacobina, coordenador do Cesat, o problema pode ter sido causado pelas drenagens e por uma tentativa de descobrir um furo em uma tubulação.
Na ocasião, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia (SRTE/BA) determinou a interdição dos setores em que ocorreu o vazamento. “A equipe da SRTE/BA retornou ao local, juntamente com um especialista em higiene ocupacional da Fundacentro e o Sindicato dos Trabalhadores Petroleiros da Bahia, e verificou que, embora a empresa tenha adotado algumas medidas de controle dos riscos químicos, como a drenagem dos agentes químicos, ainda não foi sanada a situação que gerou o vazamento durante a drenagem de produtos químicos, razão pela qual foi mantida a interdição”, comunicou a Superintendência em nota enviada à imprensa.
O gerente geral da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Cláudio Pimentel, chegou a ser notificado pela Cesat, que determinou que a direção da RLAM realize com urgência a manutenção dos atuais pontos de vazamento e que a drenagem só seja feita em sistema fechado, de forma a não permitir ocorrer emissões de substâncias com presença de benzeno.
Benzeno dentro dos limites
A Petrobras afirmou na época que as medições da presença de benzeno realizadas por técnicos do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat) confirmaram que não existe risco aos trabalhadores. Segundo nota enviada à imprensa, apenas em uma área isolada da unidade algumas medições registraram a presença de benzeno em valores que exigem a utilização de equipamentos de segurança. A empresa acrescenta que o acesso a essa área é feito exclusivamente após a autorização da Segurança Industrial e com o uso de equipamentos adequados.
“Os níveis de benzeno encontrados nesta área são pertinentes ao processo de liberação da unidade para parada de manutenção e não estão associados ao vazamento de nitrogênio com traços de hidrocarboneto e benzeno identificado na sexta feira, cujo sistema está inoperante e bloqueado”, diz a nota.
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