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Mesa redonda: Acidentes de Trabalho no Brasil, realidade e desafios. Dia 03/05, às 9:30h
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O Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública(Cesteh/ENSP) promoverá, no dia 3 de maio, o evento Acidentes de Trabalho no Brasil: realidades e desafios, em memória ao Dia Mundial das Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças do Trabalho, lembrado em 28 de abril, e em comemoração ao Dia do Trabalhador, celebrado mundialmente em 1º de Maio. Para o debate estarão presentes a coordenadora Geral de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Karla Freire Baêta, a professora da Universidade Federal da Bahia, Vilma Santana, e o representante da diretoria executiva do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Luiz Oliveira. O evento será coordenador pela pesquisadora do Cesteh/ENSP, Élida Hennington, e está marcado para 9h30, no salão internacional da ENSP.
Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), instituiu o dia 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho. Esta data foi consagrada por iniciativa do movimento sindical, em homenagem aos 78 trabalhadores mortos em decorrência da explosão de uma mina de carvão na cidade de Farmington, no estado da Virgínia (EUA), em 1969. “No Brasil, a partir da Lei 11.121 de 2005, este dia foi reconhecido oficialmente como o Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho”, apontou Élida Hennington.
De acordo com a coordenadora da atividade, segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, aproximadamente 270 milhões de acidentes de trabalho, cerca de 160 milhões de casos de doenças ocupacionais e morrem diariamente, em média, cinco mil trabalhadores. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. “O Brasil é o quarto país que mais registra acidentes durante atividades laborais, atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia. São aproximadamente 700 mil acidentes de trabalho por ano, 11 mil casos de incapacidade permanente e cerca de 2.500 mil óbitos. Segundo o Ministério Público do Trabalho, a cada 4 horas um trabalhador brasileiro morre por acidente de trabalho”, lamentou.
Para a pesquisadora Élida Hennington esses números alarmantes são apenas a ponta do iceberg, pois estima-se uma subnotificação de acidentes de trabalho em torno de 80%. “Ao trazer convidados especiais e promover a reflexão e o debate sobre tema tão relevante, o Cesteh/ENSP reforça a centralidade da categoria trabalho na determinação social do processo saúde-doença, o reconhecimento dos trabalhadores como sujeitos do saber e da experiência para transformação do trabalho e o compromisso com a produção de conhecimento científico em defesa da vida”, destacou ela.
Élida Hennington reforçou ainda que é preciso fortalecer a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) e as políticas públicas em saúde do trabalhador para o enfrentamento do problema. “Desejamos que seja um dia festivo para todos da Saúde Coletiva e do campo da Saúde do Trabalhador. Mas também um momento especial de discussão, busca de caminhos e de resistência. Uma oportunidade de reafirmar a defesa incondicional do SUS, resultado de conquistas históricas dos movimentos sociais, patrimônio dos trabalhadores brasileiros”, defendeu a coordenadora da atividade.
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