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Profissionais de saúde podem receber atendimento gratuito em saúde mental
Abas primárias
Iniciativa da Faculdade de Medicina da UFMG e parceiros já tem 700 voluntários para atender remotamente os profissionais
“Existe um constantemente medo entre os profissionais de contrair o novo conornavírus, como ocorre com 20% dos italianos com casos graves, que são profissionais de saúde”, depõe o médico Alexandre Andrade, clínico geral e na linha de frente do cuidado de pacientes com coronavírus.
O profissional relata estar se sentindo mais ansioso, com distúrbio do sono, e preocupação sobre como será o futuro. “Mandei os parentes para a casa de outras pessoas, estou vivendo sozinho. Há uma semana, um motorista de aplicativo me colocou para fora do carro quando ficou sabendo que eu era médico”, conta.
Para reforçar a saúde mental de trabalhadores da área da saúde, para que continuem a salvar vidas mesmo sabendo dos riscos e de toda a carga emocional da pandemia, a rede de cuidados “TelePAN Saúde Medicina/UFMG” já está no ar para atendimento online e gratuito em saúde mental aos profissionais de todas as regiões do país.
Apoio
O projeto da Faculdade de Medicina da UFMG e parceiros conta com mais de 700 voluntários para serviços como consultas médicas; psicoterapia individual breve de apoio; terapia de grupos; atendimentos individuais e educação em saúde; orientação em assistência social e em enfermagem, dentre outros.
Assim, médicos, enfermeiros e outros profissionais que estão na linha de frente podem solicitar o suporte pelo site www.medicina.ufmg.br/telepansaude.
Também é possível fazer a solicitação por email (telepan.ufmg@gmail.com), indicando nome completo, profissão, qual seria a melhor forma de comunicação – Skype, telefone, Zoom ou Whatsapp, por exemplo – e horário ou data para a marcação do atendimento.
Rede
A rede de atendimento voluntário é constituída por profissionais da saúde com qualificação na atenção em saúde mental. Eles receberão um email com a solicitação de atendimento e terão até 72 horas para responder e iniciar o serviço de apoio.
De acordo com o coordenador do projeto e professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Helian Nunes, a iniciativa surge para que os profissionais possam continuar realizando os procedimentos em saúde de uma forma eficaz e atenta.
“É um projeto de todos na UFMG e outras instituições, é um momento de união e solidariedade, todos podem ajudar”, enfatiza Helian.
Por isso, o professor também sugere que, além da divulgação dos serviços em mídias digitais, os gestores das equipes de profissionais divulguem a plataforma para suas equipes.
O projeto estará ativo até o final da pandemia, mas poderá continuar depois para atenção de algum grupo específico mais vulnerável.
Por isso, o professor também sugere que, além da divulgação dos serviços em mídias digitais, os gestores das equipes de profissionais divulguem a plataforma para suas equipes.
O projeto estará ativo até o final da pandemia, mas poderá continuar depois para atenção de algum grupo específico mais vulnerável.
Voluntariado
O psiquiatra Hélio Lauar é colaborador e voluntário do “TelePAN Saúde Medicina/UFMG”. Segundo Lauar, a rede incentiva o protagonismo social para a promoção da saúde.
“Além de estarem no principal grupo de risco para o novo coronavírus, os trabalhadores de saúde também se mostram vulneráveis pelo contato ansioso com o processo de trabalho. Isso porque lidam com a alta carga horária, medo de se contaminar e de contaminar terceiros, especialmente a própria família, entre outras questões”, reforça.
As inscrições para voluntários também ficarão abertas neste link durante todo o período da pandemia. Os voluntários que não tiverem experiência em saúde mental poderão atuar em atividades de menor complexidade na rede de atendimento, até que recebam treinamento e supervisão para atendimentos especializados.
Para o enfermeiro Nilmar Niz, que atua na central psíquica em Belo Horizonte e atualmente coordena o núcleo de controle de infecção e segurança do paciente do Hospital Espírita André Luiz, manter o equilíbrio e a esperança nesse momento é essencial.
“O desafio aqui é em dose dupla, pois atuamos no controle efetivo das doenças infectocontagiosas e temos um dificultador que são as condições clínicas dos nossos pacientes: nós trabalhamos com pacientes psíquicos, onde, muitas vezes, o grau de entendimento sobre cuidado é deficitário”, explica.
“Embora seja um cenário difícil, tento me manter otimista e realista sobre o que de fato devemos fazer para passarmos por essa pandemia com o menor dano possível”, conclui.
Parceiros
São colaboradores e parceiros dessa iniciativa o Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG; Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG (CETES); Associação Brasileira de Neuropsiquiatria (ABNP); Ambulatório de Saúde Mental do Trabalhador (SEST/HC); Residência de Psiquiatria Forense do Instituto Raul Soares (Fhemig); Equipe interprofissional do Curso de Fisioterapia da UFMG; Núcleo de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina da UFMG (Napem); Grupo de Pesquisa em Saúde do Trabalhador do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG; Internato em Saúde Coletiva da UFMG; entre outros.
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