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Cerest vai coletar dados e informações para investigar acidente de trabalho

O Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) vai coletar dados e informações para apurar as causas do acidente de trabalho que vitimou um jovem de 16 anos em Rio Claro. Eduardo Felipe Alves morreu após cair de uma laje de cerca de dois metros, enquanto trabalhava em uma construção.

O coordenador do Cerest, José Carlos Duarte, explica que, sempre quando ocorrem acidentes graves e fatais, o centro abre processo de investigação que inclui inspeção no local do acidente. No final é feito um relatório que é encaminhado ao Sinam (Sistema Nacional de Atendimento Médico) para composição de estatística nacional sobre os acidentes de trabalho.

Quanto ao acidente que vitimou o servente de pedreiro, Duarte comenta que precisa fazer um levantamento sobre o caso. Isso será feito ouvindo o depoimento da família, das pessoas que trabalhavam com ele, os profissionais de saúde que o atenderam e demais envolvidos. Somente de posse dessas informações será possível determinar as causas do acidente. Ainda é preciso verificar o cumprimento da lei quanto ao trabalho de menor.

O coordenador esclarece que o Cerest atua no sentido de verificar as condições do ambiente de trabalho, com relação à saúde e segurança. Segundo ele, o acidente sempre é preconizado por alguma coisa que desencadeou o fato. Atualmente, o Cerest registra de 300 a 400 acidentes por mês.

Duarte conta que o Cerest criou em 2009 um sistema de registro para gerar um banco de dados com informações sobre acidentes de trabalho no município, incluindo, também, o trabalho infantil. Segundo ele, a ideia é juntar os dados coletados nesses três anos para traçar um perfil sobre acidentes de trabalho em Rio Claro. Ele estima um total de aproximadamente 14 mil acidentes registrados nesse período.

Por meio do banco de dados será possível explorar as informações para agir de maneira mais eficaz na prevenção e resolução desse tipo de problema. Apesar do perfil ainda não ter sido concluído, o coordenador observa que a maioria dos acidentes de trabalho envolvendo jovens é causada por falta de treinamento adequado para o exercício da função. Geralmente, o treinamento acontece na prática e isso pode contribuir para a ocorrência de acidentes.

Dados da Fundacentro (órgão responsável por medicina e segurança do trabalho ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego) mostram que, por ano, 2.800 trabalhadores morrem e 14 mil ficam incapacitados em decorrência de acidentes ocupacionais no País. Do total, 42% são jovens de até 29 anos, principalmente em áreas como construção civil, operação de máquinas, química e em atividades campeãs em LER/Dort, como bancários.