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ENTREVISTA: Diretor de Saúde Ocupacional explica mudanças nas causas de afastamento do trabalho no país
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Tempo de áudio – 3 min 43 seg
LOC/REPÓRTER: Nesta segunda feira, 28 de abril, Dia Mundial em Memória as vítimas de acidentes de trabalho, o Ministério da Previdência Social divulgou o Boletim Informativo Quadrimestral sobre Benefícios por Incapacidade. Para falar um pouco sobre o conteúdo da publicação, conversamos com o Diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Marco Perez.
LOC/REPÓRTER: Diretor, o boletimdivulgado nesta segunda apontou para uma tendência majoritária na questão do afastamento do trabalho no país. Que novo perfil de afastamento é esse?
TEC/ SONORA – Diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional, Marco Perez.
Cada vez mais, do ponto de vista relativo, vem aparecendo ou vem sendo reconhecidas doenças relacionadas ao trabalho, principalmente aquelas que têm como fator de risco fatores ergonômicos, do tipo postura no trabalho, movimentos repetitivos ou pressões por produção, que acabam podendo gerar adoecimento mental agravado ou desencadeado pelo trabalho. Então a gente vê que esse tipo de doença vem aparecendo com mais frequência na Previdência Social. Em compensação, aqueles benefícios devidos a causas traumáticas de acidentes causados por traumas tipo perdas de membros, amputações, lesões, quedas, esses relativamente vem baixando.
LOC/REPÓRTER: Então podemos concluir que já temos uma mudança no perfil do adoecimento do trabalhador no Brasil? A Previdência tem acompanhado essa tendência?
TEC/ SONORA – Diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional, Marco Perez.
Nós estamos acompanhando a tendência do que tem aparecido para a Previdência. Não dá para a gente propriamente concluir que há uma mudança do perfil de adoecimento, mas sim na concessão de benefícios dados pela Previdência. Então, o que a gente verifica é que alguns tipos de agravos à saúde têm sido menos frequentes para a concessão de benefícios acidentários do que outros. Isso a gente tem verificado. Por que isso vem acontecendo? Primeiro, tem uma mudança do perfil de empregabilidade no país. O país vem tendo crescimento econômico nos últimos anos que aponta uma maior empregabilidade no setor terciário da economia: serviços, comércio… Embora o crescimento tenha sido como um todo, mas esses setores têm empregado mais gente. E o perfil de adoecimento do trabalho desses setores não é o mesmo do que na agricultura ou na indústria. É diferente, são atividades diferentes, situações de risco no trabalho diferentes. Então esse é um fator, esse é um motivo: o perfil de empregabilidade, os empregos são diferentes hoje. E também porque a Previdência Social vem reconhecendo alguns agravos relacionados ao trabalho que antigamente, até algumas décadas atrás, não eram reconhecidos. Hoje, a Previdência Social está mais sensível para reconhecer alguns agravos desencadeados ou agravadoss pelo trabalho que antigamente não tinham.
LOC/REPÓRTER: Muito obrigada pelos esclarecimentos.
Fonte: Minitério da Previdência: 29/04/2014, por Ana Carolina Melo
TOSCANO, Rafael. Saúde e segurança no trabalho: seminário proporciona troca de experiências entre Brasil e Espanha. Brasília, DF: Ministério da Fazenda, Secretaria de Previdência, 2013. Secretaria de Previdência: http://www.previdencia.gov.br. Disponível em: http://www.previdencia.gov.br/2013/10/saude-e-seguranca-no-trabalho-seminario-proporciona-troca-de-experiencias-entre-brasil-e-espanha-na-area-2/. Publicado em: 8 out. 2013. Atualizado em: 9 out. 2013. Acesso em: 26 nov. 2018.
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