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Cesteh promove palestra em homenagem a trabalhadores e vítimas de trabalho

No dia 1º de maio é celebrado, no Brasil e em diversos países do mundo, o Dia do Trabalhador. Em comemoração à data, o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) promoverá a palestra De que adoecem e morrem os trabalhadores na era dos monopólios (1980-2011), com a presença do pesquisador e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Herval Pina Ribeiro. Além de comemorar o Dia do Trabalhador, a atividade é também uma homenagem ao Dia Mundial das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, lembrado em 28 de abril. Na ocasião, Herval fará também o lançamento da 2ª edição de seu livro que recebe o nome da palestra. Para abrir a palestra, o evento contará com a presença do diretor da ENSP, Hermano Castro, e da pesquisadora aposentada da Fiocruz, Anamaria Testa Tambellini. O pesquisador do Cesteh Francisco Pedra participará dos debates. A atividade, disponível a todos os interessados, está marcada para as 14 horas, no salão internacional da ENSP.

Sobre o palestrante:

Herval Pina Ribeiro possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1956), especialização em Pediatria pela Universidade Federal da Bahia (1964), especialização em Pneumologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1970), especialização em Administração Hospitalar pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1997). Atualmente, é docente e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: Saúde e trabalho, Lesões por esforços repetitivos, Violência do Trabalho.   

Sobre o Dia do Trabalhador:

Até o início da Era Vargas (1930-1945), certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituíssem um grupo político muito forte dado a pouca industrialização do país. Essa movimentação operária se caracterizou, no primeiro momento, por possuir influências do anarquismo e, mais tarde, do comunismo, Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida, e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo.  Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) um momento de protesto e crítica às estruturas socioeconômicas do país.

A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transformou um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou de forma profunda as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano nesse dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia do Trabalhador.

Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago - Estados Unidos, em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no primeiro dia de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.

O caráter massificador do Dia do Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito importante atribuído ao Dia do Trabalhador foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1 de maio de 1943. 

Sobre o Dia Mundial de Memória das Vítimas de Acidente e Doenças do Trabalho:

O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho surgiu no Canadá por iniciativa do movimento sindical, e logo se espalhou por diversos países, organizado por sindicatos, federações, confederações locais e internacionais. A data foi escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos no ano de 1969. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), desde 2003, consagra a data à reflexão sobre a saúde do trabalhador.

O dia 28 de abril foi instituído no Brasil por meio da Lei n.11.121, de maio de 2005. A cada ano, milhões de trabalhadores se acidentam em todo o mundo, e outras centenas de milhares morrem no exercício do trabalho. No país, as estatísticas oficiais do Ministério da Previdência mostram que, em 2008, foram registrados 747 mil casos de acidentes de trabalho, com 2.757 mortes, e 12.071 casos de trabalhadores que sofreram incapacidade permanente.

Segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Cada acidente ou doença representa, em média, a perda de quatro dias de trabalho. Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, 5 mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.

No Brasil, bilhões são gastos todos os anos com recursos públicos direcionados aos acidentes do trabalho. Em 2008, foram R$ 46 bilhões com assistência médica, benefícios por incapacidade temporária ou permanente e pensões por morte de trabalhadores vítimas das más condições de trabalho.

Anexo está disponível texto sugerido pelo professor para nortear a palestra.