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Cerest interdita alojamento irregular com 75 moradores em Piracicaba
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Entre os habitantes havia operários, mulheres e uma criança de três anos. Responsáveis pela obra têm até esta terça-feira para realojar funcionários.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Piracicaba (SP) interditou um galpão usado como alojamento no bairro Santa Terezinha na tarde desta segunda-feira (3). Setenta e cinco pessoas viviam no local: 72 operários de uma obra no Parque Orlanda 3; duas mulheres e uma criança de três anos. Além da falta de ventilação no barracão, foram encontradas irregularidades nos banheiros, na cozinha e nos quartos. Os responsáveis pelo local têm até esta terça-feira (4) para retirar todos de lá.
No fim de semana, um integrante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba (Sinticompi) passou na frente do local e desconfiou que se tratava de um alojamento irregular. Após confirmar que o galpão abrigava trabalhadores sem ter registro na entidade e sem condições habitacionais, foi feita uma denúncia ao Cerest. Após a averiguação, o técnico de segurança do trabalho Marcos Hister determinou a retirada dos funcionários do imóvel.
ondições precárias
Além da falta de ventilação, o galpão é coberto com telha metálica e não tem forro, o que eleva a temperatura. A maior parte das ligações elétricas fica exposta e em dois banheiros o aquecimento dos chuveiros é improvisado. Em alguns quartos foram encontrados eletrodomésticos, como geladeira, e um botijão de gás; o que é irregular.
Os operários, na maioria vindos de Minas Gerais, tinham que guardar os pertences em sacos plásticos, pois não há armários no alojamento. As duas mulheres eram responsáveis pela cozinha do alojamento e a criança, que dorme no chão, é filha de uma delas.
Hister explicou que o refeitório do alojamento precisaria de um alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária e não tem. Ele disse também que o local não foi feito para abrigar moradores, por isso foi interditado.
"Não há condições de habitação nesse prédio. Ele era uma empresa e foi improvisado como alojamento. O principal problema é a falta de ventilação", disse. O técnico disse que se os responsáveis pelo local não retirarem todos até terça, comunicará o caso à Polícia Federal.
Outro lado
O engenheiro responsável pela obra, Wolney de Oliveira, afirmou que a obra tem financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida e disse que os trabalhadores serão levados para um alojamento em Itapira (SP), sede da empreiteira responsável pelos contratados, a OPC Construtora. A construtora Patrimônio 21, que toca a obra, não quis se manifestar.
A Prefeitura de Piracicaba, por meio da assessoria de imprensa, informou que a obra em questão não se trata dos apartamentos populares que estãos sendo erguidos em Santa Terezinha pelo Minha Casa Minha Vida e que não fiscaliza canteiros de empreendimentos particulares.
Foto: Thomaz Fernandes/G1.
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