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Centro de Estudos da ENSP debaterá os acidentes de trabalho no Brasil

O próximo Centro de Estudos Miguel Mural de Vasconcellos da ENSP, marcado para 4 de novembro, às 14 horas, debaterá os acidentes de trabalho no Brasil segundo a Pesquisa Nacional de Saúde. Dados do Ministério da Previdência Social apontam o elevado número de acidentes de trabalho no Brasil, com cerca de 165 mil acidentados em 2012. Para debater o tema, a atividade contará com a participação da pesquisadora do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) Célia Landmann Szwarcwald e do pesquisador da Universidade Federal de Brasília (UnB) Heleno Rodrigues Corrêa Filho. O Ceensp é aberto a todos os interessados e não necessita de inscrição prévia. O pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) Francisco Pedra coordenará a atividade.

O Anuário Estatístico da Previdência Social estima que, anualmente, 700 mil trabalhadores brasileiros são vítimas de acidentes de trabalho. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que 270 milhões de pessoas sofrem acidentes ocupacionais por ano. Desse total 160 milhões de pessoas têm doenças profissionais e aproximadamente cinco mil morrem por dia. No Brasil, o prejuízo financeiro com gastos relativos à saúde em casos de acidente no trabalho chega a R$ 70 bilhões. Porém o país apresenta um prejuízo muito maior: o de vidas. O ranking mundial de vítimas fatais no trabalho coloca o Brasil em 4º lugar, atrás somente da China, Estados Unidos e Rússia.

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) é uma pesquisa de base domiciliar, de âmbito nacional, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013. Ela faz parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do IBGE (SIPD, 2007) e tem periodicidade de 5 anos. Para a execução da pesquisa, foi constituída uma equipe de coordenação da PNS, com membros do Ministério da Saúde e do IBGE.

Ceensp em 2015

O Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos (Ceensp) é um importante espaço de atualização científica, com a troca permanente de experiências e conhecimentos entre pesquisadores de instituições do Brasil e de vários países, que vêm à Escola para debates com pesquisadores, alunos e demais interessados em contribuir com os diversos temas da saúde pública. O objetivo é apresentar e consolidar reflexões para a realidade de saúde pública e para o sistema de ciência e tecnologia. O Ceensp é um componente estratégico para a formação dos alunos, destinado à circulação de ideias e de diálogo com os diversos setores da saúde pública.

O primeiro encontro de 2015 teve como tema A crise no abastecimento de água. A atividade contou com a participação da pesquisadora do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da ENSP, Bianca Dieile, da professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ana Lucia Nogueira de Paula Britto e do representando do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Décio Tubbs Filho.

O segundo Ceensp tratou do tema Medicamentos para doenças raras, eficiência econômica versus equidade social e teve como expositores os professores da Faculdade de Medicina da Uerj Denizar Vianna e Fernando Aith e a representante do Instituto Canguru Marlene Sturm.

A terceira atividade abordou os Indígenas nas estatísticas nacionais de saúde. Foram convidados para debater a questão os pesquisadores da Escola Andrey Moreira Cardoso e Carlos Coimbra Jr. e a pesquisadora do IBGE Nilza Pereira.

O quarto Ceensp, que aconteceu no dia 13 de maio, debateu o absenteísmo, ou seja, a falta ao trabalho e os motivos que levam os trabalhadores a se ausentar de seus empregos. Fatores psicossociais, como assédio, falta de reconhecimento, entre outros, foram listados como motivos desse fenômeno, que traz impactos para a economia e a saúde pública. Frida Fischer, da USP, e Lúcia Rotenberg, do IOC, foram as palestrantes.

A quinta atividade abordou a Psiquiatria sob influência: corrupção institucional, danos sociais e proposições para reforma, reunindo Robert Whitaker, nome de destaque no jornalismo científico, e o pesquisador da ENSP/Fiocruz Fernando Ferreira Pinto de Freitas.

O sexto Ceensp debateu a Vigilância do óbito materno, infantil e fetal e atuação em Comitês de Mortalidade, com exposição dos pesquisadores Célia Landmann Szwarcwald (pesquisadora do Icict/Fiocruz), Sônia Lansky (representante do Comitê de Prevenção do Óbito Materno, Fetal e Infantil da Secretaria Municipal de BH) e Sonia Duarte de Azevedo Bittencourt (pesquisadora da ENSP).

Com o tema Processo de Implantação das Unidades de Pronto Atendimento no Estado do Rio de Janeiro - desafios para a conformação da rede de atenção às urgências, o sétimo Ceensp de 2015 contou com as exposições de Armando de Negri, gestor do Ligress - Hospital do Coração (HCor), e Luciana Dias Lima, pesquisadora do Departamento de Administração e Saúde da ENSP,  que destacaram os fatores que interferem na organização, funcionamento e desempenho das UPAs no Rio de Janeiro.

O oitavo Centro de Estudos realizado na Escola aconteceu durante o período de greve na instituição e debateu Saúde e Modelo Econômico. Para discutir o assunto estiveram presentes Carlos Ocké Reis, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Maria de Fátima Andreazzi, da UFRJ. A mesa foi coordenada por Marina Noronha, pesquisadora da ENSP.

A revisão da Lei de Patentes e as implicações para o acesso a medicamentos foi o tema do nono Ceensp em 2015. Estiveram presentes Sara Helena Pereira e Silva, das Universidades Aliadas por Medicamentos Essenciais, Felipe de Carvalho, do Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual da Rede Brasileira para a Integração dos Povos, Reinaldo Guimarães, da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades e Jorge Bermudez, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz. A atividade foi coordenada por Gabriela Costa Chaves, pesquisadora da ENSP.

As reportagens sobre todos os Centros de Estudo, bem como o vídeo completo das palestras, estão disponíveis em www.ensp.fiocruz.br/ceensp.

 

Comentários

Foto de Fernando Vasconcelos
Fernando Vasconcelos

A matéria diz "O ranking mundial de vítimas fatais no trabalho coloca o Brasil em 4º lugar, atrás somente da China, Estados Unidos e Rússia".

Qual a fonte científica que sustenta a existência desse ranking?

São números absolutos? E a Índia?

São taxas?