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Fórum Regional discute éstratégia para a saude do trabalhador

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realiza o I Fórum Regional em Saúde do Trabalhador, para debater as novas diretrizes e estratégias do Ministério da Saúde para o setor. O evento teve início ontem e segue nesta quinta-feira, 3, no auditório da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência Desenvolvimento Social (Seides).

O encontro reúne trabalhadores, instituições e estudiosos relacionados a agravos e a acidentes no ambiente de trabalho. Com cerca de 200 pessoas, o fórum foi aberto pela secretária Municipal da Saúde, Stella Maris Moreira, na quarta-feira, 2. Esse Fórum é marco importante para Aracaju, porque reunimos parceiros institucionais para ampliar o debate sobre políticas públicas intersetoriais. O nosso objetivo comum é promover a saúde do trabalhador bem como minimizar riscos de acidentes no ambiente de trabalho, diz a secretária.

Stella Maris também destacou que o fórum é alusivo às datas comemorativas ao 7º aniversário do Centro de Referência da Saúde do Trabalhador Anísio Dário (CEREST/SMS) e Dia Internacional Em Memória às Vitimas de Acidente do Trabalho, Dia 28 de Abril e Dia Internacional do Trabalho, Dia 1º de Maio.

A secretária destacou as ações desenvolvidas pela PMA nesse setor, coordenadas pela Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador (REAST) da SMS. A REAST desenvolve ações direcionadas aos trabalhadores formais e informais de maneira coletiva e individual, articulando parceiros institucionais, para potencializar a promoção à saúde dos trabalhadores de Aracaju.

Parceiros

A composição da mesa de abertura do Fórum contou ainda com as presenças da coordenadora da REAST, Mônica Rocha; do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Fabiano Pereira; do coordenador da Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde (MS), Carlos Vaz, e do representante do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE), Roberto Borges.

Da Coordenação da Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Carlos Vaz afirmou que em Aracaju a articulação da Saúde do Trabalhador está no caminho certo. O trabalho é esse, é o de articular a própria rede do SUS local e nacional e a iniciativa intersetorial, buscando outros atores do setor público. Em outras capitais, esse diálogo ainda não existe. De um modo geral, em muitas capitais brasileiras há mais espaços de conflitos do que de unidades, afirma Vaz.

Vaz palestrou sobre ´A saúde do trabalhador no Brasil - história e conquistas e perspectivas´. Ele afirmou que os avanços das políticas da Saúde do Trabalhador foram uma conquista dos próprios trabalhadores e tiveram como guia o processo de articulação em torno do movimento da redemocratização do País e da Reforma Sanitária.

O papel nobre da saúde não é o de ficar nas unidades assistenciais esperando as pessoas adoecerem. O espaço do SUS é o de ser produtor de saúde. E a política de Saúde do Trabalhador deve ser elaborada e dialogada de forma interdiciplinar e multiprofissional, incorporando os saberes técnicos e as práticas de diferentes áreas de conhecimentos e de representação dos trabalhadores. Esse diálogo deve ser feito entre as áreas da Saúde, Trabalho e Previdência Social, Meio Ambiente, Agricultura e Educação. A articulação deve ainda agregar as instituições de ensino e pesquisa para inclusive ajudar na formação de recursos humanos para atuar nessa, diz.

Aracaju

O fórum proporciona informações alusivas ao ´Panorama sobre a Saúde do Trabalhador nos ramos produtivos: saúde, transporte, construção civil e trabalho infantil´. Como palestrantes estavam na mesa de trabalho na quarta-feira, 2, as técnicas da REAST, Liana Freire e Karla Magaly, o representante da SMTT, Marcos Aurélio Costa Santos; o representantes do MTE, Roberto Borges e o representante da Comissão Permanente da Construção Civil, Roberto Barros.

Marco Aurélio apresentou dados sobre os acidentes de trânsito em Aracaju, relacionados aos trabalhadores. Em Aracaju, é crescente o número de óbitos no trânsito. Em 2011, foram notificados 85 óbitos de acidentes de trânsito, sendo que 48% as vítimas foram motociclistas trabalhadores, conta. É impossível pensarmos em política pública sem garantirmos a exigência de qualificação para condução, licenciamento e direito às indenizações para pessoas que se envolverem em acidentes por meio desses veículos. Outro avanço nessa área será conquistado com a aprovação do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, completa.

Ainda no primeiro dia de evento, Roberto Borges apresentou dados de acidentes de trabalho infantil em Aracaju. No período de 2006 a 2007, nos hospitais de referência de atendimento às crianças em trauma, das crianças acidentadas atendidas 4% foram vítimas do trabalho. Essa pesquisa nos mostra uma pontinha desse iceberg. Isso porque, nem todas as crianças acidentadas em ambiente de trabalho são encaminhadas aos hospitais. Ainda assim, Esses números nos dão um retrato parcial da situação, divulga.

Da REAST da SMS, Karla Magaly fez um diagnóstico parcial das notificações da saúde do trabalhador. Ela também apresentou as linhas de atuação de cuidados da REAST e da Vigilância em Saúde do Trabalhador. A Vigilância da Saúde do Trabalhador inspeciona ambientes de trabalho e identifica números de casos de acidentes e agravos relacionados ao trabalho. Do panorama geral do período de 2010 a 2012, notificamos 142 agravos. O número mais expressivo desses acidentes está relacionado a acidentes relativo a descarte inadequado de objetos perfuro-cortantes, diz.

Sons no SUS

Na abertura do evento, os participantes foram brindados com a presença do grupo de percussão do projeto Sons no SUS, da Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju. O grupo distribuiu instrumentos de percussão, cantarolou chorinhos e fez o público cantar e tocar.

O Sons no SUS visita os usuários percorrendo unidades básicas e unidades as de pronto-atendimento Nestor Piva e Fernando Franco. Além da qualidade musical, é muito interessante esse projeto que leva a arte e alegria para um espaço da assistência da saúde. Essa forma lúdica, também é promoção da saúde, que relaciona o trabalho com a arte e a alegria, diz Vaz.