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ENSP inicia mestrado com foco na saúde do trabalhador
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Pensado como estratégia de ações para o desenvolvimento do campo da saúde do trabalhador no Brasil, a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca desenvolveu o mestrado profissional em Vigilância em Saúde do Trabalhador. Este novo curso, fruto de uma demanda nacional de formação voltada a profissionais da ponta do serviço, tem 20 alunos provenientes do Norte e Centro-Oeste do país e terá início na próxima segunda-feira, 7/5. Para tanto, a Escola realizará a palestra Espacialização do processo saúde, doença e cuidado, que será proferida pelo pesquisador do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp/ENSP) Paulo Sabroza. Este curso está sob a coordenação das pesquisadoras Ana Braga e Jussara Brito, ambas do Centro de Estudo de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP). A palestra está marcada para às 9h30, no Salão Internacional da Escola. Ela é aberta ao público e também será transmitida on-line pela web.
De acordo com Ana Braga, esse curso não tem origem na academia. “Ele é fruto de uma necessidade externa, e de abrangência nacional, que chegava a nós de maneira desorganizada, o que dificultava a ação de formação em todo o país. O curso passou a ser pensado a partir de um amadurecimento acerca da urgente demanda de formação dos profissionais que estão na ponta do serviço, além dos que integram a Rede Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador (Renast). Toda a rede de saúde do trabalhador está sob a responsabilidade da Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde (CGSAT/MS) e foi a partir deles que começamos a construir o mestrado no formato que ele tem hoje, pois, por meio de encontros e oficinas prévias, buscamos mapear as reais necessidades nacionais. Para tanto, contamos com a participação de diversos atores que transitam na área de saúde do trabalhador de universidades e centros formadores de todo o país. Pode-se afirmar, portanto, que esse mestrado profissional é fruto de uma construção bastante rica”, detalhou Ana.
Já Jussara Brito afirmou que o foco do curso é a vigilância em saúde do trabalhador. “Isso é fundamental, por ser um foco estratégico de ações para o desenvolvimento do campo. E, embora para a saúde do trabalhador a vigilância seja fundamental, sabemos que são poucos os locais que desenvolvem de fato ações nessa área”. Ela disse, ainda, que o processo de construção se desdobrou por dois anos e foi pensado com muito carinho até a sua finalização. Além de pesquisadores do Cesteh e da ENSP, de uma maneira geral, esse curso também contou com a contribuição de muitos outros pesquisadores. Como um produto final, expôs Jussara, “esperamos que o curso de fato contribua para que essas ações sejam implementadas”.
Entre os principais objetivos do curso estão: contribuir para a consolidação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast) como campo de práticas diversificadas de Vigilância em Saúde do Trabalhador; desenvolver a capacidade de produção de conhecimentos e de reflexão sobre a concepção teórica de Vigilância em Saúde do Trabalhador, a partir de ações específicas, frente a problemas identificados; contribuir para a articulação entre assistência, gestão, ações de promoção da saúde e vigilâncias, na lógica da integralidade; e, por fim, prém extremamente relevante, qualificar profissionais para o desempenho do papel de formadores e difusores de experiências de Vigilância em Saúde do Trabalhador, assim como de seu referencial teórico.
As pesquisadoras disseram que a partir dos diálogos ocorridos durante os encontros e oficinas e também com o Ministério da Saúde, foram utilizados critérios de escolha para definição da primeira região a ser contemplada com essa formação. “O fato é que os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) das regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram as demandas mais organizadas. Isso, de nenhuma maneira, significa que essas regiões eram as mais necessitadas, pois estamos cientes da expressiva demanda em todo o país. Além disso, dentre as nossas principais preocupações, está a formação de multiplicadores. A escolha não foi uma preocupação apenas no sentido da carência de formação na área, mas também no de identificar instituições acadêmicas que pudessem contribuir para a multiplicação nessas regiões. E as regiões Norte e Centro-Oeste têm isso, como é o caso da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso, que já vem contribuindo de alguma forma em nível local”, explicou Ana Braga.
Jussara complementou dizendo que a ideia é que esse curso tenha continuidade e seja aplicado em todas as regiões brasileiras, pois “é fato que existe essa demanda e estamos dispostos a promover essa formação”. Já verificamos uma importante lacuna nos estados do Nordeste. Portanto, é possível que a próxima turma aconteça nessa região.
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