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Saúde do trabalhador pauta evento em Portugal
Abas primárias
Ampliar as reflexões sobre os instrumentos e as perspectivas de intervenção na relação entre saúde e trabalho. Esse é um dos objetivos do Seminário Internacional Saúde no Trabalho: dos inquéritos europeus aos instrumentos e práticas locais de intervenção. O evento, que será realizado em maio, em Portugal, é fruto de um projeto de cooperação internacional apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Entre as instituições envolvidas, estão a ENSP e a Universidade do Porto, em Portugal. No Brasil, a coordenação do projeto está a cargo da pesquisadora Jussara Britto, do Centro de Estudo em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP). "Esta será uma grande oportunidade de troca de experiências e de um debate ampliado sobre o uso do Inquérito de Saúde e Trabalho", disse.
Além de Jussara, outras duas pesquisadoras da ENSP estarão presentes no evento e apresentarão seus trabalhos: Simone Oliveira e Luciana Gomes. Jussara, que integrou a comissão organizadora, explicou que três instituições foram responsáveis pela elaboração do evento: a ENSP/Fiocruz, o Centro de Psicologia da Universidade do Porto e o Centro de Pesquisa sobre Experiência, Idade e Populações do Centro de Estudos sobre o Emprego, na França.
O seminário terá a participação de especialistas em desenvolvimento de grandes inquéritos sobre a questão saúde e trabalho de instituições europeias: Fundação Trabalho-Universidade (Bélgica), Faculdade de Medicina da Universidade de Lille (França), Universidade Fernando Pessoa (Portugal), Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Motricidade Humana (Portugal) e Universidade Federal da Paraíba.
Sobre os debates que ocorrerão no evento, a pesquisadora do Cesteh comentou que o Inquérito de Saúde e Trabalho (Insat) é um instrumento desenvolvido pelo Grupo de Psicologia do Trabalho da Universidade do Porto, que visa ao estabelecimento de múltiplas relações entre trabalho e saúde. “O Insat funciona como mediador do diálogo com os protagonistas do trabalho em análise, cria condições para que os próprios trabalhadores entrevistados reflitam e enriqueçam a sua percepção sobre as relações entre as condições de trabalho e sua saúde, estimulando uma fértil interação”, explicou.
Instrumento foi utilizado para apoiar os estudos realizados na pós-graduação
Segundo Jussara, o instrumento foi adotado, desde 2009, pelo seu grupo de trabalho, no âmbito da Pesquisa e Intervenção em Atividade de Trabalho, Saúde e Relações de Gênero (Pistas). Ele foi utilizado para apoiar os estudos realizados na Pós-Graduação em Saúde Pública da ENSP, visando à sua utilização entre os trabalhadores e trabalhadoras do setor de serviços, cuja atividade apresenta especificidades no que tange aos aspectos relacionais e comunicacionais.
A pesquisadora ressaltou que esse setor se configura em grande desafio para a área da saúde do trabalhador, não só em virtude de seu crescimento, mas, sobretudo, por sua dinâmica própria. “Nesse processo de adaptação, foram incluídas questões relativas ao contexto das atividades do setor de serviços, que alteraram o nome para Inquérito Saúde e Trabalho em Serviços (Insats). Apresentamos uma primeira reflexão sobre seus usos noX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva da Abrasco, realizado em novembro de 2012. Até o momento, foi utilizado por cinco pesquisas de mestrado e doutorado da ENSP, todas com foco na área da saúde, e três no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).”
Por fim, Jussara disse que os resultados do evento terão desdobramentos importantes, como o aprimoramento do instrumento Insats e sua aplicação ampliada no Brasil. Também há a expectativa de comparações internacionais por meio de projetos futuros.
O projeto de cooperação internacional, iniciado em 2011, é realizado em rede e envolve pesquisadores e estudantes de pós-graduação da ENSP, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade do Porto. Além do seminário internacional, em seu âmbito já foram realizados dois pós-doutorados e dois doutorados-sanduíches na Universidade do Porto. Esse projeto em rede está sob a coordenação de Jussara Brito, no Brasil, e Marianne Lacomblez, em Portugal.
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