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Seminário debaterá relação do câncer com trabalho e ambiente
Abas primárias
O ambiente de trabalho e seu entorno podem conter ameaças invisíveis e fatais. O câncer é uma delas. Substâncias cancerígenas que fazem parte da rotina do serviço – geralmente sem que os trabalhadores saibam – precisam ser encaradas como um sério risco à vida e precisam de rigorosas ações preventivas. Esse é o ponto de partida do 1º Seminário Estadual sobre Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente, que acontece em Porto Alegre nesta segunda-feira, 14, e terça-feira, 15, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers).
O evento reunirá especialistas da área e representantes dos órgãos de controle e fiscalização. Eles debaterão os mais recentes estudos sobre a situação e apontarão ações para intensificar o monitoramento destes riscos e aplicar políticas de saúde adequadas. “Dados de 2015 do Instituto Nacional do Câncer apontam que a exposição a carcinogênicos no ambiente de trabalho pode representar 4% dos casos de cânceres possíveis de serem evitados”, alerta a doutora em epidemiologia do câncer da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Maria Juliana Moura Corrêa. Ela ressalta que, analisando os números de 2012, quando foram registrados 518.510 novos casos, pelo menos 20.000 decorreram do ambiente de trabalho.
Este ambiente de perigo envolve principalmente atividades como a petroquímica (desde refinarias até postos de combustíveis, onde gases nocivos como o benzeno podem provocar leucemias), indústrias que utilizam o amianto (substância proibida em vários países mas ainda empregada em algumas atividades no Brasil) e outros ambientes com presença de produtos como agrotóxicos (especialmente lavouras de fumo e a própria indústria fumageira), além de várias outras situações de risco.
Prevenção - As discussões deverão apontar as mudanças a serem feitas nas regras atuais, tanto nos parâmetros de controle e fiscalização, quanto no diagnóstico e tratamento das doenças. Para isso, estarão presentes especialistas como o oncologista Gilberto Schartzmann, médico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e pesquisador da Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Hermano Castro, diretor da Fundação Oswaldo Cruz e da Escola Nacional de Saúde Pública, e Vilma Santana, pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, além de muitos outros pesquisadores e técnicos ligados ao tema.
Os resultados destes debates também servirão de base para o primeiro Curso Estadual sobre Câncer Relacionado ao Trabalho e Ambiente, que acontecerá em 2016. “Este seminário será fundamental para estabelecer uma nova visão sobre este tema tão importante, orientando novas políticas de saúde e promovendo ações que permitam agir efetivamente nos ambientes de risco”, prevê o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.
O seminário é uma iniciativa conjunta da SMS, Secretaria Estadual da Saúde e Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), e Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. Conta também com apoio do Cremers, da UFRGS e da Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
QUANDO: 14 de dezembro (das 9h às 18h) e 15 de dezembro (das 9h às 12h30)
ONDE: Auditório do Cremers (Av. Princesa Isabel, 921)
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