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Mesotelioma já provocou mais de 3 mil mortes no país

Abas primárias

O pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP Francisco Pedra concedeu entrevista à Rádio Nacional, no dia 24/4, em reportagem que abordou a proibição do uso de amianto no estado do Mato Grosso. Conforme explicou o pesquisador, a fibra é causadora do mesotelioma, um câncer que ocorre nas membranas de revestimento dos órgãos humanos, e a asbestose pulmonar. Pedra informou que entre 1980 e 2010, no Brasil, ocorreram 3 mil e 700 mortes por mesotelioma.

Confira a reportagem completa abaixo. Ouça o áudio aqui.

Mato Grosso proíbe o uso de amianto

Proibido em 52 países, o uso do amianto também será banido no Mato Grosso. Um decreto publicado neste mês proíbe o uso do minério baseado no critério 203 da Organização Mundial da Saúde.

Ele aponta que a exposição ao amianto pode aumentar o risco de doenças como câncer de pulmão e que não há limite seguro para exposição.

Mato Grosso já é o quinto estado brasileiro com legislação proibitiva para a substância. Os outros estados são Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

De acordo com o decreto, ficam proibidos produtos, materiais ou artefatos que contenham qualquer tipo de amianto. A proibição ao uso se estende a outros minerais que contenham acidentalmente o amianto na composição.

O médico pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Francisco Pedra, estuda a mortalidade causada pelo amianto. Ele explica que o mesotelioma é uma das doenças que afetam quem já esteve em contato com a sustância.

Sonora: "Ele produz um câncer, uma doença quase que símbolo do uso do amianto que se chama mesotelioma. Ocorre nas membranas de revestimento dos órgãos humanos. Na pleura, no pericárdio, que é no coração e no peritônio, que é no abdômen."

Além do mesotelioma, a asbestose pulmonar também é uma doença grave causada pelo mineral, que provoca o endurecimento lento do pulmão.

Porém, o mesotelioma é mais agressivo e evolui de forma mais rápida. Segundo Francisco Pedra, a doença não tem cura e é 100% fatal, matando o paciente em até um ano e meio.

 pesquisador ressalta que não apenas os que trabalham nas minas de amianto podem ser vítimas. Francisco Pedra também citou o risco que correm os trabalhadores da construção civil, vendedores de materiais de construção e até garis.

Sonora: "É como produto radioativo, não pode ser descartado em qualquer lixo. Eles têm que ser destinados pra um local preparado para guardar. Então, como não tem, as telhas são jogadas no lixo, de modo que os garis, os profissionais da limpeza urbana são chamados para coletar o lixo e fazem isso de forma completamente desprotegida."

O pesquisador informou que entre 1980 e 2010, no Brasil, ocorreram 3 mil e 700 mortes por mesotelioma. Na Europa, até 2035, cerca de 5 milhões de pessoas podem morrer em decorrência do contato com o Amianto.

Por Maíra Heinen.