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Pesquisa identifica perfil dos pacientes de dermatologia
Abas primárias
Os profissionais que atuam nas áreas de limpeza, construção civil, mecânica e metalurgia são os mais acometidos pela dermatite de contato ocupacional, segundo levantamento dos casos atendidos pelo Serviço de Dermatologia Ocupacional da Escola Nacional de Saúde Pública. Os dados, coletados a partir do atendimento de 1.735 pacientes, no período de 2000 a 2011, foram apresentados pela coordenadora do serviço, Maria das Graças Mota Melo, durante a XXXI Reunião Anual de Dermatologistas Latino-Americanos (Radla) e o 15º Congresso Nacional da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT). Na ocasião, a pesquisadora apresentou o perfil dos casos atendidos na instituição.
O Serviço de Dermatologia Ocupacional do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) da ENSP possui linhas de atuação nas áreas de ensino, pesquisa e assistência e recebe trabalhadores encaminhados pela rede do Sistema Único de Saúde, sindicatos ou INSS. “Os profissionais chegam com suspeita de dermatose ocupacional, e aí damos início ao processo de investigação. Nos casos suspeitos de dermatite de contato, aplicamos teste de contato para detectar a causa da alergia”, explicou a responsável pelo serviço. A partir daí, o trabalho consiste em desvendar se essa alergia foi desenvolvida no exercício da atividade, e se estabelecer um nexo causal entre a doença e sua obtenção durante esse período.
De acordo com Maria das Graças, que também coordena o Departamento de Alergia/Imunologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Rio de Janeiro, apesar da pequena diferença, os homens (53%) foram mais atendidos que as mulheres (47%) no serviço, com média de idade de 41 anos para profissionais do sexo masculino e 40 para o do feminino. Em relação à frequência das dermatoses, 39% (673) foram consideradas ocupacionais. Após a investigação dos casos considerados como dermatite de contato, chegamos a 218 casos confirmados como ocupacionais (201 não foram considerados ocupacionais e 54 inconclusivos).
O desconhecimento sobre a legislação das doenças ocupacionais pelos profissionais de saúde da rede pública e privada, a falta de integração nos diversos níveis de assistência, o déficit de serviços de dermatologia ocupacional resultam em um subdiagnóstico dos casos. Quem acaba sendo penalizado é o trabalhador, que não tem seus direitos reconhecidos.”, admitiu a pesquisadora.
Dos casos de dermatite de contato ocupacional encontrados (218), 82,1% estão na faixa etária dos 31 aos 60 anos. Os locais acometidos mais comumente são as mãos, seguido por antebraços, braços e punhos, pernas e coxas e os pés. “Encontramos variações nos grupos profissionais de acordo com gênero. Nos homens, por exemplo, o grupo mais afetado está relacionado à construção civil e mecânica/metalurgia, enquanto, nas mulheres, a maioria dos casos foi observada nas profissionais de limpeza. As seis profissões mais frequentes estavam relacionadas a trabalho em ambiente úmido, afirmou a pesquisadora.
Dermatite de contato
Segundo o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção à Saúde do MS, as dermatoses ocupacionais são todas as alterações das mucosas, pele e seus anexos direta ou indiretamente causadas, condicionadas, mantidas ou agravadas por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de trabalho. Representam parcela ponderável das doenças profissionais, e sua prevalência é de avaliação difícil e complexa.
Fazem parte da equipe do serviço do Cesteh, a enfermeira Antonia Maria Gualberto dos Santos e a dermatologista Ana Luiza Castro Fernandes, que atua também no banco de dados em construção no Serviço. O pesquisador Iuri Costa Leite participou do estudo na análise dos dados. A XXXI Radla ocorreu em abril de 2013, no Uruguai, e o 15º Congresso da ANAMT foi realizado no mês de maio, em São Paulo.
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