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Matriciamento de ações em Saúde do Trabalhador

"Os conceitos de Equipes de Referência (ER) e Apoio Matricial (AM) foram propostos por Campos14, no intuito de reorganizar o trabalho em saúde sob a diretriz do vinculo terapêutico, na perspectiva de estimular um outro padrão de responsabilidade pela saúde, tendo como elementos norteadores a gestão do trabalho e a transdisciplinariedade. O vínculo é um recurso terapêutico, que envolve a interdependência e representa o compromisso dos profissionais com o paciente e vice-versa14. No arranjo originalmente formulado pelo autor, as ER seriam multiprofissionais, respeitando os objetivos e as características locais, responsáveis por agrupamentos populacionais adscritos num território. Essas ER recebem o AM de especialistas para troca de informação e elaboração coletiva dos projetos terapêuticos com discussões prospectivas de casos, buscando eleger prioridades, esboçar um plano de ação, compartilhar objetivos, definir estratégias, procedimentos e responsabilidades18. O contato entre as ER e os apoiadores ocorre em encontros periódicos entre os profissionais ou nos casos urgentes em que o profissional de referência aciona o apoiador, por meios diretos de comunicação personalizados (contato pessoal, eletrônico e/ou telefônico) e não por encaminhamento impresso18. O AM: [...] provoca uma reformulação nos organogramas dos serviços, de forma que as áreas especializadas (outrora verticais) passam a oferecer apoio técnico horizontal às equipes interdisciplinares da Atenção Básica19. Ao assegurar retaguarda especializada aos profissionais, o AM altera a lógica tradicional de referência e contrarreferência, com uma oferta horizontal dos serviços. Isso porque o AM busca personalizar a relação entre os profissionais através do contato direto entre a referência do caso e o especialista de apoio, estimulando a troca de opinião, a integração da equipe e a coresponsabilização sobre o processo saúde e doença18. (Santos e Lacaz, 2012)

Bibliografia sugerida

SANTOS, Ana Paula Lopes dos; LACAZ, Francisco Antonio de Castro. Apoio matricial em saúde do trabalhador: tecendo redes na atenção básica do SUS, o caso de Amparo/SP. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 5, p. 1143-1150, 2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012000500008. Acesso em: 14 dez. 2018.
CONTRIBUIÇÕES para a construção de uma clínica ampliada e do apoio matricial na expansão da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde (RENAST-SUS) (2001-2011). Resumo de tese. Cad. Saúde Colet., [Rio de Janeiro], v. 21, n. 3, p. 346-347, [jul./set.] 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-462X2013000300017. Acesso em: 27 nov. 2018.