Você está aqui

Acidente de trabalho

"Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho" (Artigo 19 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991).

Equiparam-se aos acidentes de trabalho típicos, conforme definidos acima, as doenças profissionais e/ou ocupacionais conforme conceituadas nos incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91:

  • doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
  • doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

Como se revela inviável listar todas as hipóteses dessas doenças, o § 2º do mencionado artigo da Lei nº 8.213/91 estabelece que, "em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho".

O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

 


Palestra de  Ildeberto Muniz de Almeida – médico, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP,  A teoria do ato inseguro e sua (in)validade atual, no Seminário de Prevenção de Acidentes de Trabalho do Tribunal Superior do Trabalho.

Palestra "A contribuição da clínica da Atividade na análise de acidentes" proferida pela Profa. Elizabeth Antunes Lima na Abertura do 23º Encontro Presencial do Fórum: Acidentes de Trabalho: Análise, Prevenção e Aspectos Associados.

30º EP Forum AT - Michel Llory - 1/6 - CTN - FUNDACENTRO - São Paulo/SP

Veja também:

Bibliografia sugerida

ENCONTRO PRESENCIAL [DO] FÓRUM ACIDENTES DO TRABALHO, 23., Piracicaba, 2011. Palestrante: Elizabeth Antunes Lima. Publicado pelo canal FÓRUM ACIDENTES DO TRABALHO - FórumAT. Playlist do canal Renast Online. 8 vídeos (01h10min58seg). (Clínica da atividade - Elizabeth Antunes Lima). Tema: A contribuição da atividade na análise de acidentes. Disponível em: https://www.youtube.com/playlist?list=PL06D6DF721523AB92. Publicado em: 16 out. 2012. Acesso em: 14 dez. 2018.
ACIDENTES de trabalho devido à intoxicação por agrotóxicos entre trabalhadores da agropecuária 2000-2011. [Boletim Epidemiológico], Universidade Federal da Bahia; Centro de Vigilância dos Acidentes de Trabalho, ano 2, n. 4, mar. 2012. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/boletim-epidemiologico-acidentes-trabalho-devido-intoxicacao-agrotoxicos-entre. Acesso em: 17 dez. 2018.
ACIDENTES de trabalho com serpentes no Brasil, 2007-2015. Boletim epidemiológico, Bahia, n.9, ano IV, out. 2014.
ACIDENTES de trabalho fatais no Brasil 2000-2010. Boletim epidemiológico, n. 8, ano VI, jun. 2016. 
ACIDENTES de trabalho fatais em crianças e jovens de 10 a 24 anos no Brasil, 2000-2014. Boletim epidemiológico, Bahia, ano VII, fev. 2017.
AGRAVOS à saúde em grupos de trabalhadores da indústria de carnes no Brasil, 2006-2013. Boletim epidemiológico, n. 8, ano VI, jun. 2016. 
MORBIMORTALIDADE por acidentes de trabalho entre trabalhadores da mineração - Brasil, 2007-2015. Boletim epidemiológico, Bahia, n. 11, ano VII, maio. 2017.
LISBOA, Antonio de; FERREIRA, Edmilson. 28 de abril Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/cordel-28-abril-dia-memoria-vitimas-acidentes-trabalho. Acesso em: 14 dez. 2018.
VILELA, Rodolfo Andrade de Gouveia; ALMEIDA, Ildeberto Muniz de; MENDES, Renata Wey Berti. Da vigilância para prevenção de acidentes de trabalho: contribuição da ergonomia da atividade. Ciência & Saúde Coletiva, [Rio de Janeiro], v. 17, n. 10, p. 2817-2830, [out.] 2012. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232012001000029. Acesso em: 5 dez. 2018.
VILELA, Rodolfo Andrade G.; GIL VICENTE FONSECA, Ricardi; IGUTI, Aparecida Mari. Experiência do Programa de Saúde do Trabalhador de Piracicaba: desafios da vigilância em acidentes do trabalho. Inf. Epidemiol. Sus,  Brasília ,  v. 10, n. 2, p. 81-92,  jun.  2001 .   Disponível em <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16732001000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  21  nov.  2019.  http://dx.doi.org/10.5123/S0104-16732001000200003.
MAGAJEWKI, Flávio R. L.; CONCEIÇÃO, Mara Beatriz M.; SILVA, Maurício. Morbimortalidade por acidente de trabalho em Santa Catarina: a evolução de 1996 a 2012. Informativo Epidemiológico "Barriga Verde", Florianópolis, ano 12, n. 2, 2014. [10] p. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/informativo-epidemiologico-morbimortalidade-acidente-trabalho-santa-catarina-evolucao-1996. Acesso em: 26 nov. 2018.
COORDENAÇÃO GERAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR. Acompanhamento das notificações de agravos e doenças relacionados ao trabalho notificados no SINAN. Informe de Saúde do Trabalhador, Brasília, 18 de dezembro de 2014. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/informe-saude-trabalhador-notificacoes-agravos-relacionados-trabalho-2007-2014. Acesso em: 26 nov. 2018.
BUSCHNELLI, José Tarcísio; KATO, Mina. Manual para interpretação de informações sobre substâncias químicas. São Paulo: Fundacentro, 2012. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/manual-interpretacao-informacoes-sobre-substancias-quimicas. Acesso em: 14 dez. 2018.
ALMEIDA, Ildeberto Muniz de; VILELA, Rodolfo Andrade Gouveia. Modelo de análise e prevenção de acidentes de trabalho: MAPA. Piracicaba, SP: CEREST Piracicaba, 2010. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/modelo-analise-prevencao-acidentes-trabalho-mapa. Acesso em: 14 dez. 2018.
FERREIRA-DE-SOUSA, Flávia Nogueira; SANTANA, Vilma Sousa. Mortalidade por acidentes de trabalho entre trabalhadores da agropecuária no Brasil, 2000-2010. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 32, n. 4, p. 1-13, abr. 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00071914. Acesso em: 25 nov. 2018.
Ministério da Saúde. Orientações Técnicas para a Vigilância Epidemiológica de Óbitos por Causas Externas Relacionadas ao Trabalho: Acidentes de Trabalho. Brasília: Ministério da Saúde, 2023. Coleção VISAT, volume 2
GALDINO, Adriana; SANTANA, Vilma Sousa; FERRITE, Silvia. Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador e a notificação de acidentes de trabalho no Brasil. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro,  v. 28,  n. 1, jan.  2012 .  Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2012000100015&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  03  abr.  2012.  http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000100015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Notificação de acidentes do trabalho fatais, graves e com crianças e adolescentes. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. 28 p. (Saúde do Trabalhador: Protocolos de Complexidade Diferenciada, n. 2; Série A. Normas e Manuais Técnicos). ISBN 85-334-1140-5. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/protocolo-notificacao-acidentes-trabalho-fatais-graves-criancas-adolescentes. Acesso em: 17 dez. 2018.
BATISTA, Adriana Galdino; SANTANA, Vilma Sousa; FERRITE, Silvia. Registro de dados sobre acidentes de trabalho fatais em sistemas de informação no Brasil. Ciênc. saúde coletiva,  Rio de Janeiro ,  v. 24, n. 3, p. 693-704,  Mar.  2019 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232019000300693&lng=en&nrm=iso>. access on  17  Sept.  2019.  .
MORBIMORTALIDADE por acidentes de trabalho em motoristas do transporte de carga, 2006-2012. Boletim Epidemiológico Acidentes de Trabalho em Motoristas do Transposte de Carga: informe do Centro Colaborador UFBA/ISC/PISAT - MS/DSAST/CGSAT, ano 3, n. 6, maio 2013. 4 p. Disponível em: http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/vi-boletim-epidemiologico-saude-trabalhador-acidentes-trabalho-motoristas-transporte-carga. Acesso em: 29 nov. 2018.